FUNAAD - Manaíra - PB

Fundação Antônio Antas Diniz

Cultura, Educação, Ética, Fraternidade, História, Ação Social

 
Raízes indígenas
MANAÍRA
O Nome
A Lenda
O Romance
A Poesia

Coriolano

de Medeiros

 

MANAÍRA - O Significado do Nome

Encontrar a tradução da palavra Manaíra foi tarefa das mais árduas. Foram feitas consultas a documentos, desde aqueles dos Guaranis no Paraguai, até os resquícios de Tupy Antigo, na América Central. Nessa última, encontrou-se até a curiosa semelhança de em uma palavra do Japão – nana – que tem lá o mesmo significado de cheiro, que aqui.

Manaíra (Vocábulo Indígena, maná-eira: mel cheiroso). Tradução dada por Coriolano de Medeiros, em seu Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba, 1950, p. 139).

Também o célebre historiador Horácio de Almeida, em seu livro História da Paraíba, escreve que Manaíra tanto pode derivar-se de maná-eira, mel cheiroso, como de manahyba, adulterado em mandyba ou manyba, pé de mandioca, de onde procede a palavra maniva. (ALMEIDA, 1966, p. 309).

Alguns dicionários de Tupy Guarany, particularmente do Tupy Antigo, apresentam uma tradução que confirma a idéia de cheiro, de abacaxi, de mel e de abelha.

Assim temos, no Vocabulário Tupy-Guarany, de Barbosa de Castro (1936, p. 75):

“NANÃ, ANANÃ, NANÁ: cheirar, rescender; cheiro grande; o que sempre cheira, - ananaz”.

ANANÁ: fruta cheirosa, ananás. Dicionário Tupy – Português de Márcio S. Pinheiro

Ananaz = ananás = ananá = abacaxi = fruto cheiroso, fruta cheirosa.

Naná = fruto que cheira forte. (http://www.significado.origem.nom.br/nomes_indigenas/)

“EIRA, EIR, IRA, EY: mãe do mel, abelha, doce, agradável”. (CASTRO, 1936, p. 48).

Y´RA = mel (em Tupi Guarnai, ou, igualmente, no vocabulário Kariri).

EÍRA = mel, abelha.

“IRA, corr. ê-ir desprende o doce, doce sae, o mel de abelhas. Alimento muito estimado do gentio do Brasil que lhe attribuía a virtude da longevidade. Significa também - a abelha.” (SAMPAIO, 1928)

Depreende-se daí que Manaíra pode significar tanto Mel Cheiroso como Abelha Cheirosa, o que seria até mais adequado para uma jovem índia.

Existe uma versão que está no site do IBGE, informada pela prefeitura de Manaíra, à época do Prefeito Sebastião Mandú, também divulgada nos sites que tratam do tema Manaíra, inclusive em estudos feitos na Universidade de Brasília e nas versões contadas verbalmente pela população. Como contém dados incorretos, apresentam-se abaixo alguns esclarecimentos:

Primeira versão:

“Conta a lenda que a denominação Manaíra - Seios de Mel - foi escolhido em homenagem a uma índia, com esse nome, prometida por seu pai Boiassu (1) como noiva, ao índio Piancó, chefe da tribo dos Coremas. Diz ainda a lenda que tendo Manaíra se envolvido com o colonizador Manoel Curado Garra (2), foi sacrificada pelo pai, em nome do compromisso assumido com Piancó (o índio)”.

Outra versão conta assim:

“O topônimo de Manaíra, conta a historia, foi escolhido em homenagem a uma índia, que assim se chamava, que fugira de sua tribo para casar com o índio Piancó (3) - nome também de outro Município Paraibano, onde ele foi chefe de tribo -, e que foi assassinado por índios de sua própria nação indígena (4), no sítio “SALGADA” (5), situado em terras do Município de Manaíra”. (Fonte: Wikipédia).

ESCLARECIMENTOS:

(1)   Boiaçú, grafia correta da palavra, era o cacique da tribo ..., pai do guerreiro ..., que Manaíra amava e com o qual fugiu.

(2)   Manoel Curado Garra era um bandeirante que, com suas armas de fogo, ajudou Cangussu, pai de Manaíra, a derrotar Boiaçú.

(3)   Ela fugira de sua tribo para NÃO casar com Piancó.

(4)   Ele NÃO foi assassinado.

(5)   Até o presente não foram localizadas informações que confirmem ou sequer façam referência a esse evento.

 

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