Se ainda rudimentares, pouco conhecidos, merecedores de cuidados e
reformas, eles existem e podem ser evidenciados como elemenos que podem
constituir um parque cultural e turístico para Manaíra.
·Pedras dos Letreiros I, Minas de Ouro, Casarão dos
Antas: Sítios Rajada e Olho d’Água
·Pedras dos Letreiros II, Gruta e Cangaço: Sítio
Impueira
·Sítios Históricos da Umburana e Pedreira
·Quilombolas do Fonseca
·Serra do Pau Ferrado I: 2º ponto mais alto da Paraíba –
1.138m
·Serra do Pau Ferrado II: esconderijos de Lampião
·Serra do Pau Ferrado III: Casarões do Pau Ferrado - Os
primeiros do Município de Manaíra
·Trilha do Cangaço I: Pau Ferrado, Baixio, Serra da
Bernarda, Boqueirão, Impueira, Areias de Pelo Sinal, Lagoa do Leonardo;
·Trilha do Cangaço II: Irerê, São José, Riacho do Meio,
Manaíra e Travessia
·Trilha Indígena: Sítio Oitis, Caldeirão do Caboclo,
Lageiro da Salgada
·Açude do Catolé: pescaria, banhos e paisagens naturais
·Riacho da Arara
·Festividades: Carnaval, Festa da Padroeira, São João,
Emancipação do Município, Semana Cultural
·Museu da Cidade de Manaíra
·Parque da Lagoa: Lar das Preguiças Gigante
·Pousada Irerê
·Clima agradável e ameno.
·Migração das andorinhas: dezembro a março
Em 2009, o Governo da Paraíba excluiu Manaíra do Roteiro
Turístico “Vale das Águas”, por falta de informações sobre suas
potencialidades nessa área. Os elementos acima podem contribuir
para o resgate desse espaço.
MAPA TURÍSTICO DA PARAÍBA
- Fonte: Governo do Estado da Paraíba
AÇUDE CATOLÉ
Capacidade: 10,5 milhões de metros cúbicos de água
Construído em 19..
O Açude Catolé é um
dos maiores da região.
Seu volume d’água
permite manter o consumo dos habitantes da cidade, mesmo que
ocorra vários anos de estiagem.
Durante o período
chuvoso, quando sangra, é aberto aos banhistas.
Aqueles que gostam
de pescaria encontram bons momentos de laser nas fisgadas de
tilápia, de lambaris e de tucunaré.
EVENTOS
FEVEREIRO: Carnaval
ABRIL: Semana Santa
JUNHO: Festa da Educação e do Meio Ambiente
- Importante evento realizado pela Secretaria de Educação, em parceria
com alunos, professores e toda a comunidade.
JUNHO: São João - A festa reúne, em praça
pública, grupos de danças, pastoril, de quadrilhas, forró pé de serra,
além de várias atrações como shows musicais de diversas bandas.
SETEMBRO: Festa da Padroeira - Além do
aspecto social, o evento conta com a parte religiosa, que reune os fiéis
de Nossa Senhora das Dores na celebração do novenário e também nos
leilões e pavilhão da festa.
DEZEMBRO: Semana Cultural - Dias 17 a 20 -
Almeja propiciar à comunidade de Manaíra e a seus visitantes, um evento
pioneiro, construído pelo próprio povo, por seus artistas e convidados,
que, livres em seu pensar e agir, querem ser protagonistas de sua
cultura.
DEZEMBRO: Dia 21, festa do aniversário da
cidade.
DEZEMBRO: 24 a 25, Natal Sem Fome e Alto de
Natal.
SÍTIO FONSECA E QUILOMBOLAS
Fonseca:
artesanato rústico, como era há um século. Falta um pequeno
esímulo para aperfeiçoar-se.
OS QUILOMBOLAS DO FONSECA
O quilombo é seguramente uma
palavra originária dos povos africanos de língua bantu (Ki-lombo,
aportuguesado Qui -lombo). Sua presença e seu significado no Brasil têm
a ver com alguns ramos desses povos cujos membros foram trazidos e
escravizados nesta terra. Trata-se dos grupos Lunda, Ovimbundu, Mbundu,
Kongo, Imbangala etc., cujos territórios se dividem entre Angola e Zaire
(MUNANGA apud MOURA, 2001, p. 21).
Sempre que podiam, os negros
fugiam e reuniam-se em grupos ou povoados, chamados Quilombos ou
Mocambos. Houve quilombos em muitas regiões do Nordeste. Fala-se
que o Fonseca já foi um Quilombo, porém é pouco provável, por conta da
proximidade dos engenhos de Baixa Verde (PE) e da Pedreira (Manaíra),
onde eles trabalhavam. Seria muito fácil serem recapturados. É mais
provável que tenha sido um ajuntamento daqueles que saíam da escravidão
por estarem abolidos.
Muitas pessoas, no sítio
Fonseca e arredores, não pronunciam palavras em português compostas de
consoante + consoante + vogal; pronunciam na ordenação de consoante +
vogal + vogal. Encontramos até em Areias de Pelo Sinal, conversando com
pessoas da família Cazuza, de cor negra, comentando sobre a história de
Clementino Quelé, eles trocam “Cle-mentino” por “Qui-li-mentino”; Águas
“Cla-ras”, por Águas “Qui-la-ras”.
O Fonseca
localiza-se na região alta da Umburana, em um dos contrafortes da Serra
do Teixeira, próximo à divisa com o estado de Pernambuco. Distando cerca
de 2 km da sede do município de Manaíra, tem atualmente 281 moradores
que integram a Associação Quilombola do Fonseca, fundada em 28 de
setembro de 2007. Esta teve seu título de reconhecimento publicado no
Diário Oficial no dia 18 de agosto de 2008. Essa conquista, e os
relatórios antropológicos elaborados pelo INCRA, foram os principais
pré-requisitos para a regulamentação do território quilombola, pelo
Governo Federal.
COMO CONTAM A SUA HISTÓRIA
No ano de 1903, vieram dois
índios para aqui: um se chamava Tapuia, e o outro, Fonseca. Eles
encontraram um lugar coberto de serras e matas. Aí o Índio Fonseca
convidou índios de outras aldeias para dar inicio a uma comunidade de
índios. Aconteceu que, em 1927, começou a chegar gente de diferentes
cidades, como, por exemplo, gente da cidade de Triunfo – PE. No meio
desse povo vieram dois casais que tinham o costume de visitar índios.
Até chegar o ponto de eles tomarem posse das terras que eram dos índios
e se tornar donos dessas terras.
Em 1940, esses
casais tiveram filhos e aí, então, começou uma nova geração. Os segundos
donos morreram e ficou para os filhos. Uma delas se chamava Zélia.
Depois, com o passar do tempo, o lugar recebeu o nome de Fonseca. Em
1956, veio um pessoal que vinha da escravidão e juntamente com as
famílias fizeram moradias, tipo casas de barro. Esses casais se chamavam
Ria e Cachoeira e tiveram vários filhos. Depois houve uma revolta de
famílias contra famílias, executaram dois irmãos e uma senhora que era
conhecida como Joventina. Daí levantaram a História do Fonseca.
Em 1982, veio
um padre, Frei Paulo Cardoso, hoje bispo da diocese de Petrolina, que,
junto a outras pessoas, formou uma comunidade de base, onde as pessoas
deveriam se reunir para rezar, para conversar sobre a sua realidade e
lutar para conquistar seus objetivos. Talvez por falta de experiência,
faltaram pessoas para dar continuidade a esse trabalho.
Em 1994, veio
um vigário da paróquia de Manaíra, que se chama Frei João José Costa,
mandado por Deus. Ele convidou duas pessoas da cidade, o gerente do
Banco do Brasil, Humberto, e formamos uma Comunidade. E agora, a
comissão estadual conosco fizemos várias reuniões e aí chegamos à
conclusão de reconhecer a comunidade como quilombo. Junto com padre
Luiz, Francimar, tivemos apoio do PROPAQUE e de outras entidades. Desde
então, eles não mediram esforços para nos ajudar. Graças a Deus e a eles
que olharam para nós bem de perto. Relatado por Luis Martins dos Santos,
presidente da Associação Quilombola do Fonseca.
Negros descendentes de
escravos africanos, certamente advindos dos canaviais da Baixa Verde, da
Umburana e da Pedreira, guardavam fortes características dos
antepassados. Vieram para a região, não se sabe quando, provavelmente
nas décadas de abolição da escravatura.
Agricultura e Saúde
Os negros do Fonseca
sobrevivem graças à agricultura (milho, feijão, macacheira, bananeira,
andu etc.) e à criação de porcos e galinhas.
Religião
O catolicismo predomina como a
principal religião.
Apartheid
Até recentemente, na segunda
metade do século XX, os negros viviam isolados porque sofriam bastante
preconceitos e até preferiam não se aproximar muito da cidade nem
frequentar suas festas.
São José de
Princesa também possui uma comunidade quilombola, a do Livramento. Até
1994, o Livramento fazia parte de Princesa Isabel, mudando após a
emancipação política daquele município.
O MUSEU DA CIDADE
Entre milhares de itens que compõem o acervo do
Museu, estão os quadros de dois dos monumentos históricos da Cidade, que
foram destruídos: a primeira Capela e o Grupo Escolar. Imagens
restauradas e reconstruídas pelo Autor.
Em 2007, dois colecionadores de
antiguidades se encontraram em Manaíra. Depois de horas de conversas,
empolgados com os artefatos que cada um já havia conseguido, nasceu a
idéia de se encontrar um local onde pudessem expor suas peças e elas
pudessem servir para a apreciação cultural e educacional da Comunidade.
Ali nasceu a idéia de um Museu para Manaíra. Valdeny Antas Diniz,
conhecido por Dido e Sipriano Alves Ferreira, conhecido por Biela,
amadureceram a idéia, trocaram informações, reuniram mais antiguidades,
e conseguiram de José de Souza, então prefeito municipal, e de José
Simão, seu antecessor, a garantia do fornecimento de um ambiente
propício à instalação do Museu. Foi conseguido o prédio da antiga
mercearia que pertencera a Antônio Antas Diniz, por ser um dos
mais antigos da localidade, por ter um sobrado e por guardar sintonia
com a causa histórica pretendida.
Capela construída em
1870, com a participação do Pe. Francisco Tavares Arcoverde,
Manoel Pereira da Silva e povo de Alagoa Nova.
Vê-se, ao centro,
uma pequena tore de madeira, com uma escada: ali ficava o sino.
Nas décadas a partir de 1950, era tocado por Benedito Mandú. Sua
esposa, Quitéria Silva e as filhas, Gogóia e Pixita, mantinham a
limpeza, a organização, a arrumação das festas e a animação dos
cânticos.
À direita, esquina
da residência de Antônio Antas Diniz.
PARQUE DA LAGOA
O Parque da Lagoa
O PAU FERRADO
Berço da colonização manairense e palco de lutas
de coronéis e cangaceiros, o Pau Ferrado alcança a altitude de 1.138 metros. Possui
terras férteis, clima agradável, além de ser um ambiente histórico e
turístico de grande beleza.
Pico do Pau Ferrado.
Ponto mais alto de Manaíra e segundo da Paraíba. Aqui habitaram
os primeiros colonos de Manaíra e de Patos Irerê. Foto do Autor
Casarão de Né Marcelino,
construído em 1827, no Pau Ferrado. Ainda é habitado por seus
descendentes.
Manoel Marcelino
também foi o colonizador do sítio Pau Ferro.
Foto do Autor
Pau Ferrado
Casarão de Né
Menino, com sobrado na lateral esquerda.
O paiol, para guarda
da produção agrícola, tem suas paredes feitas com pedras.
Foto do Autor.
Em locais como o Pau
Ferrado, ainda encontra-se a Casa Grande de Né Menino,
desmembrada da casa do paiol, para evitar o trânsito de ratos
contaminados entre as duas construções. Essa reforma foi feita
por orientação do governo, para evitar que a doença alcançasse
os moradores, através do rato.
IMPUEIRA:
SEU BLOCO GRANÍTICO MAIOR. GRANDES ROCHAS FORAM USADAS PARA
INSCRIÇÕES RUPESTRES. OUTRAS, FORMAM UMA GRUTA
DESENHOS NAS ROCHAS DA IMPUEIRA: SÃO POUCO NÍTIDOS E MENOS
NUMEROSOS QUE OS DA RAJADA
INSCRIÇÕES RUPESTRES
As Pedras dos
Letreiros I - Sítio Várzea Nova
Este é um roteiro fascinante. Leva o
turista a conhecer uma "pedra do sino", o Casarão dos Antas com quase 3
séculos de existência, as minas de ouro da Rajada, uma vista fantástica
de um mirante que permite enxergar o cume das serras da região e um
monumento rochoso sem igual onde se encontram as misteriosas inscrições
rupestres que dão nome ao local.
O ponto
turístico mais emblemático de Manaíra: belo, desafiador, monumental e
conhecido por poucos. Para se chegar lá, segue-se pelos sítios Bom
Jesus, Serrinha, Olho d’Água, Rajada, Várzea Nova. O percurso consiste
em uma aventura entre as serras, emolduradas pelas palmeiras catolé, a
mata, os grandes rochedos dos picos e os abismos ao lado da estrada. Não
falta a sonora Pedra do Sino, cavernas entre as rochas, mina d’água e
uma escalada que precisa ter bom fôlego para chegar ao local. Fosse
somente o visual que se enxerga do alto, já bastaria para compensar a
viagem.
Uma pequena
trilha, ligando a estrada e o pico da serra, muito ajudaria, se
existisse. Também se faz necessário um guia para orientar o visitante:
no roteiro dentro da mata, quanto à sua própria segurança, a preservação
do local e do meio ambiente. O local tem sérios sinais de agressão por
vandalismo como pinturas descascadas para serem levadas de “lembrança”
até mesmo sinais de explosões, por pessoas que imaginam ser ali
esconderijo de algum tesouro.
Outra visita
imperdível é a do Sítio Impueira. Também ali existem inscrições
rupestres nas rochas, em número bem reduzido. A vista, do alto dos
imensos rochedos, permite registros fotográficos de incrível beleza. As
grandes pedras formam um gruta que pode abrigar várias pessoas, em pé.
A Impueira
também faz parte da trilha do cangaço, por ter sido palco de confronto
dos cangaceiros de Lampião, liderado por seus irmãos Livino e Antônio,
com a Polícia que vinha de Alagoa Nova e Patos. Naquele momento eles
estavam se dirigindo para Pelo Sinal, disfarçando a retirada de Lampião
que seguia para Triunfo, para cuidar do pé que estava ferido.
Os sítios
históricos da Barra Nova e da Impueira, com seus desenhos impressos no
granito, oferecem um desafio à imaginação. Não se tem pistas de quem os
fez, em que época, ou do que possam significar, mas são fascinantes e
possuem, sem dúvida, séculos de existência.
As imagens,
exibidas à esquerda dos quadros seguintes, foram rastreadas por
computador e são exibidas, à direita, com uma coloração ativa, com o
propósito de permitir melhor visualização pelo observador. As fotos
foram colhidas pelo Autor em 2013. A série maior é da da Várzea Nova e,
as oito últimas, do sítio Impueira.
PEDRAS DOS LETREIROS – INCRIÇÕES
RUPESTES NO ALTO DE UM PICO ROCHOSO, LOCALIZADO NO SÍTIO
VÁRZEA NOVA
RAÍZES DE UMA PLANTA?
POTES DE ARGILA?
NUMERAL 82?
A IMAGINAÇÃO
LEVA O OBSERVADOR
A UMA
VIAGEM, COM VÁRIAS
ALTERNATIVAS DE INTERPRETAÇÃO
PRINCIPAL RECEBENDO AFLUENTE
PARALELAS COM PONTO À ESQUERDA
UM DOS MAIS EXPRESSIVOS SÍMBOLOS, UMA SIGNIFICATIVA OBRA DE
ARTE
ESTE INDICA UM ENTRELAÇAMENTO DAS LINHAS
PROJEÇÃO
MANDACARU COM 4 RAMOS?
MANDACARU COM 3 RAMOS?
BORBOLETAS EM BANDO, OU SERES QUE AS SEGUEM?
LASCAS DA PEDRA ESTÃO SENDO RETIRADAS, DEIXANDO AS IMAGENS
INCOMPLETAS
MOVIMENTOS E MEMBROS NÃO DEIXAM DÚVIDAS DE QUE REPRESENTAM
SERES VIVOS
A NITIDEZ DESTES DESENHOS COMUNICA SUA BELEZA
A TELA ASSEMELHA-SE À CADEIA DE MONTANHAS QUE SE VISUALIZA
DO LOCAL
UM PEIXE, UM ABANADOR, O CONTORNO DE UM MONTE?
UMA DAS GRUTAS EXISTENTE EM VÁRZEA NOVA, AO LADO DOS
LETREIROS
RIACHO DO MEIO
Mulungú
Cícero Bezerra
RUÍNAS DA CAPELINHA
Ruínas da Capelinha, construída no
local onde foi sepultada a Família Paixão.
No ano de 1926, surge em Alagoa Nova, a
epidemia da febre bubônica, conhecida como febre do rato, doença
transmitida pelo rato através da pulga. Na época, muitas famílias
faleceram por consequência dessa doença, por não terem nenhum tratamento
eficaz para combater tal infestação. Dentre estas famílias, destacamos a
família Paixão, na qual quase todos os membros morreram em conseqüência
desta praga. A primeira vitima, foi o senhor Pedro Paixão, pai de Luis
Pereira, conhecido por Lú Pinto. As últimas vítimas foram Ana Paixão e
seu esposo Joaquim Paixão, um dos chefes de Alagoa Nova, comerciante e
dono de uma bolandeira, máquina usada para descaroçar algodão. Todos
foram sepultados no sitio Capelinha, propriedade da família de Cícero
Barbosa. (Por Marilene Inácio)
Eu já tinha terminado os estudos, fiz o
ginásio e naquela época só não terminei a ultima prova porque veio
aquela doença que chegou, chamava-se bubônica, e eu estava na casa de
tia Quitéria. Eu e Zé Rabêlo estudávamos juntos, ai foi preciso me
mudar. Eu não recebi o diploma, mas fiz até as ultimas provas do ginásio
(Tião Mandú).
SÍTIOS HISTÓRICOS DA
UMBURANA E DA PEDREIRA
SOBRADO DA PEDREIRA
O Sobrado da Pedreira teve sua
construção concluída em 12 de dezembro de 1851. Seu primeiro dono foi
Manoel José Diniz, solteiro, que ali habitou por 20 anos.
Desistindo da atividade rural, em 1871 vendeu a
propriedade ao Major Gerônimo Teotonho da Silva Loreiro e sua mulher,
Maria Emília Côrte. O pai dela era Italiano e se chamava Ângelo Côrte, e
a mãe chamava-se Joaquina Côrte. O Major era senhor de 50 escravos, e os
possuía em perfeito estado de saúde. Após sua morte, eles foram muito
bem cuidados pela senhora Maria Emilia.
Maria Emília teve somente um filho do Major
Loreiro, de nome Valeriano Côrte Loreiro. Seu segundo esposo veio de
Campina Grande. Era advogado e veio defendê-la em uma causa na justiça,
contra um entiado dela. Esse entiado era policial militar, residia em
Recife, Pernambuco, e queria tomar um terreno, em Pernambuco, de sua
madrasta. Sua madrasta ganhou a causa.
Três anos depois veio a casar-se com seu advogado,
com o qual teve oito filhos: Leonidas, Políbio, Fírias, Corina, Maria,
Nelina, Leonizia e Ermengarda Côrte de Araújo.
Depois que a mãe morreu as herdeiras do Sobrado
foram Corina e Leonizia.
Corina faleceu com 85 anos, em 10 de novembro de
1988, e Leonizia, em setembro de 2004. Ficaram os sobrinhos e sobrinhas
por conta do Sobrado.
Casa Grande da
fazenda. Algumas das janelas do primeiro andar. Foto do Autor.
Detalhe da parede da
Senzala, onde ficava uma média de 50 escravos. Foto do Autor
A SERRA DA BERNARDA
A antiga Serra de Antônio Bernardo, ou Serra da Bernarda, é um marco
divisório entre os estados da Paraíba e Pernambuco, entre Manaíra e
Santa Cruz da Baixa Verde. Nas proximidades do Pau Ferrado, destaca-se
por seu clima ameno e agradável pelas vistas deslumbrantes e suas
construções de pedras. Não faltam os casarões nem os relatos das estadas
e tiroteios dos cangaceiros.
TRILHA INDÍGENA: Sítios
dos Oitis e da Salgada
Os velhos dos Oitis contam que, em muitas noites de lua cheia, nos
avançados da hora, escutam urros e gemidos, o tinido da pedra do sino,
muitos cães latindo e um vento muito forte. Dizem que é provocado pelas
almas dos índios que morreram ali. Em uma dessas noites, muito tempo
atrás, essa pedra (da foto) teria rolado do alto do lageiro, indo parar do outro lado da
serra, voltando depois. Ficou seu rastro na mata quebrada, por onde ela
passou.
Oitis
- No alto do serrote, uma pedra do sino. Dela se contam lendas
de fantasmas indígenas. Na elevação do terreno desmatado, no
centro ao fundo, encontram-se vestígios da aldeia dos Oitis.
Esquerda:
cerâmica cozida, com as marcas das estacas que estruturavam as
ocas. Direita: Pedra utilizada pelos indígenas para afiar
ferramentas. Foto do Autor.
Pedra
ovóide
– utilizada para triturar milho e outros grãos.