A história do município
remonta ao século passado quando o Padre Francisco Tavares
chegou à região, então habitada por umas 8 de famílias. Ao
examinar a fertilidade da terra e suas condições climáticas de
um sertão promissor, resolveu fazer paradeiro nesse lugar e
lutar pelo ideal de povoar uma vila.
Por volta de 1870, confrontou-se com o senhor Major Florentino,
da região do Mixila (Sítio), que tivera, também, o propósito de
formar um vilarejo na região de origem, contra as bênçãos e as
ideias do padre, chegando a fundar uma feira livre lá no
referido sítio, apressando, dessa maneira, a ação criadora do
padre que, debaixo de um Juazeiro, bem no centro de Campina
(local onde hoje fica a rua principal) celebrou a primeira missa
e edificou um altar improvisado de varas, elevando ao mesmo
tempo a imagem do arcanjo São Miguel, que posteriormente
recebera do proprietário local, Sr. Manoel Antônio do
Nascimento, o qual doou, ainda, quatro hectares de terra como
primeiro patrimônio da paróquia de São Miguel. Tal fato teria se
dado em 4 de fevereiro de 1874, quando o povoamento do sítio
Campina contava apenas com duas residências: uma na fazenda Casa
Nova e outra na Lagoa dos Paulinos.
Para celebrar o seu povoamento o
padre Francisco Arcoverde Tavares edificou uma capela, em 1874,
em terreno de quatro hectares, doado como primeiro patrimônio.
Foi utilizada a imagem de São Miguel, na condição de Padroeiro,
o qual ficou sendo homenageado por nove noites seguidas, na
segunda quinzena de cada mês de setembro.
A escolha de São Miguel
Arcanjo como padroeiro da cidade teria sua razão numa homenagem
póstuma, prestada ao filho do doador da imagem e do patrimônio
da paróquia, que se chamava Miguel e que teria sido devorado por
uma onça nas proximidades da lagoa dos Paulinos. Quanto ao nome
Tavares, o mesmo seria uma homenagem ao sacerdote Francisco
Tavares, pelos seus relevantes feitos.
Com a chegada do Padre, foi edificada uma capela em homenagem ao
arcanjo São Miguel, atual padroeiro. O município alcançou sua
independência político-administrativa, através do Projeto de Lei
n.º 2.150, em 10 de Setembro de 1959, sendo que, sua emancipação
política e administrativa ocorreu em 17 de Novembro de 1959.
REVOLUÇÃO
DE 1930
TAVARES: Dinamite e fogo, pouco
sobrou de suas casas comerciais
... Ocorreu pelo fato de ter
sido escolhida, previamente, como um dos três pontos
estratégicos para sediar as forças estaduais, antes do
ataque final a Princeza. As bases seriam Tavares, Nova
Olinda e Alagoa Nova, com uma coluna militar de 100 soldados
em cada uma. Todo o aparato e estratégia militar
concentraram-se em atingir esses três objetivos, visando
isolar Princeza e criar um cerco que permitisse a invasão
conjunta dessas três colunas.
Não se estabeleceu entre os
pontos atingidos pelas colunas, isto é, Alagoa Nova, Cajueiro e
Tavares, uma rede de ligação por intermédio de pequenos
estacionamentos, e destes com o Estado Maior, em Piancó. Isto
facilitaria a marcha dos aprovisionamentos e uma ligação entre
as colunas para coordenação de novos planos ou marchas á frente,
visando estreitar o círculo de ação dos rebelados. O resultado
foi que tal desarticulação prejudicou a atividade repressora,
fatigando os homens e consumindo a munição.
Quando conquistada uma posição, a
tropa tinha que nela se fincar até a alma, e sustentá-la de
qualquer jeito, mobilizando todos os elementos para não perdê-la
e gritar, gritar mesmo, por munição e viveres, porque do
contrário, se aventurava a vê-la recair em mãos inimigas como
aconteceu com a Coluna Leste em “Sitio Nôvo”.
Em Tavares a tropa estava faminta
e sitiada, não tinha como partir para um ataque. Afora os
desdobramentos ocorridos no Litoral, foi um alívio para tantos
interioranos, a morte do Grande Presidente.