O povoamento de Flores (PE) está
ligado à chegada dos sertanistas e vaqueiros da Casa da Torre
(fazenda instalada na Bahia, pertencente ao português Garcia
d´Ávila, cujos descendentes se tornaram os maiores proprietários
de terras do Brasil), a partir de 1654, após a expulsão dos
holandeses do Nordeste. A primeira fazenda foi instalada em
Flores pelo sertanista Domingos Afonso Sertão, tendo ele
batizado a ex-aldeia de índios de Pajeú das Flores. De 1664 até
1760, toda a história dessa região vizinha foi feita pelos
homens ligados à Casa da Torre. Fazendas e currais se instalavam
ao longo do Pajeú e de seus riachos, ou onde pudesse ter água
perene.
Vale registrar também um dos
fatos que teve maior importância na ocupação desses sertões.
Foi a chamada “Guerra dos Bárbaros”. Aconteceu entre 1694 e
1702. Os índios do Pajeú, do Piancó e do Piranhas se
revoltaram e botaram a correr todos os ocupantes das terras
dessas regiões, ficando o sertão desocupado. Em 1678, os
senhores da Casa da Torre receberam autorização para
guerrear contra os índios do rio Pajeú. A povoação de Flores
foi destruída nessa guerra. Para combater os índios, veio o
coronel Manoel Araújo de Carvalho, fazendeiro do São
Francisco, a mando da Casa da Torre. Este combateu-os,
subjugou-os e pacificou o Sertão. A partir daí, o Sertão
voltou a ser repovoado por fazendeiros e vaqueiros.
É provável que, ao passar do
Pajeú ao Piancó, no combate aos índios, o coronel Araújo
tenha passado pela região entre Manaíra, São José e
arredores de Princesa.
INDÍGENAS
Segundo o pesquisador Francisco
de Carvalho Florêncio (2009), a Serra da Borborema deve ter sido
uma barreira natural ao acesso desses povos a esta região, sendo
provável que os povos indígenas que possam ter circulado por ela
tenham sido Cariris que viviam no vizinho Vale do Pajeú e na
Serra da Baixa Verde, pelo lado pernambucano. Seriam eles os
aracapás, carnijós, gurguás ou guegês, paiaiases, xucurus,
quesqués, pipipans, umãs e xocós. Estes quatro últimos foram
aldeados na Serra da Baixa Verde em 1802, cuja aldeia estava
onde atualmente é a cidade de Triunfo (PE), vizinha de Manaíra,
São José e Princesa. O aldeiamento de Flores ficava a cerca de
40km de Manaíra, já o da Baixa Verde distava apenas 13km.